segunda-feira, 5 de março de 2012

Julio Castanõn e Manfredo de Souzanetto


obra de Souzanetto


 
Poema de Julio Castañon Guimarães

Fechada a porta que se abriu
e fechou para tantas narrativas
- vida e morte de uma casa -,
hoje, mais do que guardar
o que pudesse estar dentro,
onde então só o vazio,
guardaria o que está fora
e só tem a via da dispersão.
Gonzos calados, resiste,
absorta, a porta maciçamente,
despida de vestígios,
quando tudo em volta derrui,
paredes e personagens,
de modo que, com esse aspecto férreo
que lhe deram seu caráter e o tempo,
se elança, a porta,
como imensa chapa,
intervenção que se interpõe
no espaço que ela, a porta, abre.

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