Friedrich - Cloister Cemetery in the Snow -1817
O romântico faz parte de uma cultura
viva; política romântica é contudo perigosa. Para o Romantismo, que é a
continuação da religião por meios estéticos, vale o mesmo que para a religião:
ele tem de vencer a tentação de se lançar ao poder político. Fantasia no poder! – essa não foi mesmo
uma idéia tão boa.
Por outro lado, não devemos perder o
Romantismo, pois o juízo político e o sentimento de realidade são muito pouco
para se viver. O Romantismo é a mais valia, o excedente de um belo estranhamento
em relação ao mundo; a riqueza de significados. Desperta a curiosidade pelo que
é completamente distinto. Sua imaginação desatada nos dá os espaços dos quais
necessitamos, se percebermos, como Rilke, que
“Nós não estamos realmente em casa
no mundo interpretado”.
In: SAFRANSKI, Rüdiger. Romantismo: uma questão alemã. São
Paulo: Estação Liberdade, 2010.
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