sábado, 11 de fevereiro de 2012

POEMAS, de Ronald Polito



EM PROGESSO

Ruína
da parede à pele, fundeada
e distributiva
metro a metro, aos
palmos, com os dedos,
dentes, e ainda em cada
milésimo de
cada milímetro
grandiloquente.





TRANSTORNO

camadas de entulhos além
de montanhas de lascas
estragos troços
um não um nunca
o fôlego farto de afã
a pulsação contra o impulso
tic-tac
pequeno ciclone mínimo
o peito as patas
pedaços com pregos
mais fúria




ARENA

a carne
- em sua própria
contenção do
tecido de fibras
e ligamentos
retesados
antes
- até o ponto
máximo
imediatamente
anterior à
irrupção -
do pó

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