sábado, 20 de abril de 2013


O FIM DO PUDOR NO CINEMA:


"Em 1959, põe-se de lado toda hipocrisia. E Deus criou a mulher, de Roger Vadim, marca uma virada, não porque ele pinta os amores de uma moça livre – Bergman já o experimentara em 1953, em Monika, sem que o filme provocasse polêmicas -, mas porque a protagonista, Brigitte Bardot, aparece nua, embora moldada em um collant vermelho. 

Quanto ao banho depois do adultério, filmado por Louis Malle em Os Amantes, em 1958, suscita a polêmica por sugerir o amor físico.


A partir da década de 1960 afirma-se o direito à sexualidade na tela com A colecionadora (1967), de Éric Rohmer, que pinta os amores conjugados de uma moça comum, ou a infidelidade sem drama de Antoine Doinel em Domicílio conjugal (1970).

Vem depois a época do corpo-a-corpo, que faz recuar progressivamente os limites do impudor, da felação de Maruschka Detmers em Com o diabo no corpo, de Bellochio (1986) às ligações homossexuais de passagem, pintadas sem disfarce por Stephen Frears em Prick up your ears em 1987.

Diminuiu assim a diferença entre filmes eróticos e filmes classificados como pornográficos. O aumento da pornografia remete, no entanto, a um fenômeno mais amplo, o da comercialização do corpo sexuado.”

In: COURTINE, Jean-Jacques. História do Corpo: as mutações do olhar: o século XX. Petrópolis: Vozes, 2008. PP.113-114.

Domicilio conjugal - Antoine Dinel

Com o diabo no corpo - Bellochio

E deus fez a mulher - Roger Vadim

Os amantes - Louis Malle

Érich Rohmer

Stephen Frears - Prick up



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