sábado, 12 de janeiro de 2013


O ATOR – TADEUSZ KANTOR



Retrato nu do homem,
Exposição a toda venalidade,
Silhueta elástica.
O ator,
Feirante,
Exibicionista descarado,
Simulador fazendo demonstração de lágrimas,
Do riso,
Do funcionamento de todos os órgãos,
De auges do ânimo, do coração, das paixões,
Do ventre,
Do pênis,
O corpo exposto a todos os estímulos,
Todos os perigos e todas as surpresas;
Ilusionista,
Modelo artificial de sua anatomia
E de seu espírito,
Renunciando à dignidade e ao prestígio,
Lançando o desprezo e os escárnios,
Mais próximo do lixo do que da eternidade,
Rejeitado por quem é normal
E normativo em uma sociedade.
Ator
Não vivente
A não ser na imaginação,
Conduzido a um estado de insatisfação crônica
E de insaciabilidade diante de tudo,
O que existe realmente
Além do universo da ficção,
Que o empurra
A uma nostalgia espiritual
Constrangendo-o
A uma vida nômade.
Ator feirante,
Eterno errante
Sem eira nem beira,
Procurando o porto em vão
Com suas bagagens
Todos seus bens,
Suas esperanças, suas ilusões perdidas,
Isso que faz a riqueza
E a carga,
Uma ficção
Que ele defende ciosamente até o fim
Contra a intolerância de um mundo indiferente.




Um comentário:

  1. Hyperions Schickalslied - Friedrich Hölderlin


    Ihr wandelt droben im Licht
    auf weichem Boden, selige Genien!
    Glänzende Götterlüfte
    rühren euch leicht,
    wie die Finger der Küsntlerin
    heilige Saiten.

    Schicksallos, wie der schlafende
    Säugling, atmen die Himmlischen;
    keusch bewahrt
    in beschiedener Knospe
    blühet ewig
    ihner der Geist,
    und die selingen Augen
    blicken in stiller
    ewiger Klarheit.

    Doch uns ist gegeben,
    auf keiner Stätte zu ruhn,
    es schwinder, es fallen
    die leidenden Menschen
    blindlings von einer
    Studen zur andern,
    wie Wasser von Klippe
    zu Klippe geworfen,
    Jahrlang ins Ungewisse hinab.

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