O ATOR – TADEUSZ KANTOR
Retrato nu
do homem,
Exposição a
toda venalidade,
Silhueta elástica.
O ator,
Feirante,
Exibicionista
descarado,
Simulador fazendo
demonstração de lágrimas,
Do riso,
Do funcionamento
de todos os órgãos,
De auges do
ânimo, do coração, das paixões,
Do ventre,
Do pênis,
O corpo
exposto a todos os estímulos,
Todos os
perigos e todas as surpresas;
Ilusionista,
Modelo artificial
de sua anatomia
E de seu
espírito,
Renunciando à
dignidade e ao prestígio,
Lançando o
desprezo e os escárnios,
Mais próximo
do lixo do que da eternidade,
Rejeitado por
quem é normal
E normativo
em uma sociedade.
Ator
Não vivente
A não ser na
imaginação,
Conduzido a
um estado de insatisfação crônica
E de
insaciabilidade diante de tudo,
O que existe
realmente
Além do
universo da ficção,
Que o
empurra
A uma
nostalgia espiritual
Constrangendo-o
A uma vida
nômade.
Ator
feirante,
Eterno errante
Sem eira nem
beira,
Procurando o
porto em vão
Com suas
bagagens
Todos seus
bens,
Suas esperanças,
suas ilusões perdidas,
Isso que faz
a riqueza
E a carga,
Uma ficção
Que ele
defende ciosamente até o fim
Hyperions Schickalslied - Friedrich Hölderlin
ResponderExcluirIhr wandelt droben im Licht
auf weichem Boden, selige Genien!
Glänzende Götterlüfte
rühren euch leicht,
wie die Finger der Küsntlerin
heilige Saiten.
Schicksallos, wie der schlafende
Säugling, atmen die Himmlischen;
keusch bewahrt
in beschiedener Knospe
blühet ewig
ihner der Geist,
und die selingen Augen
blicken in stiller
ewiger Klarheit.
Doch uns ist gegeben,
auf keiner Stätte zu ruhn,
es schwinder, es fallen
die leidenden Menschen
blindlings von einer
Studen zur andern,
wie Wasser von Klippe
zu Klippe geworfen,
Jahrlang ins Ungewisse hinab.